sábado, 30 de maio de 2009

AINDA BEM QUE FOI AGORA

Está em cartaz no Teatro Candido Mendes o espetáculo simpaticissimo chamado "Ainda bem que foi agora". O texto é de uma dupla de sucesso atualmente nos teatros cariocas, Julia Spacaccini (Os Estonianos) e o Rodrigo Nogueira (Play). Em dupla ou em vôos solos, esses dois já tem traçado seus destinos de sucesso nos teatros brasileiros. E devem seguir a diante sem a menor duvida sobre o rumo de suas prosas, seus teatros. O texto é inteligente e divertido. Uma conversa, um conto, sobre a vida de um casal que se conhece, se apaixona, casa, descasa... ei, pera ai? Isso nao é "A História de nós dois" que também está em cartaz no mesmo teatro? Sim. É. Mas nao é. É o mesmo mote, mas a história é outra. E essa, assim como a outra, é muito bem escrita e nos conta tudo aquilo que já sabemos, mas conta com humor e inteligencia.

O cenário do Nello Marrese e o figurino do Ney Madeira já são motivos de comemoração para o espetáculo, pois os dois, sempre corretos, sabem exatamente o que fazer para garantir aos atores um trabalho lindo e competente. A luz, por conta do horário alternativo, sofre um pouco, mas mesmo assim ilumina muito bem o espetáculo. Só a projeção das fotos do casal é que fica um pouco prejudicada pelos "varais de roupa" que confundem um pouco nossa visão das imagens.

O casal de atores, Andrea Mattar e o Carlos Vieira estão muito a vontade em seus papéis, pois já vêm de uma temporada de sucesso no Galeria Café, onde, a meu ver, a peça tinha um rendimento um pouco melhor que no Candido Mendes, mas ainda bem que a mudança de teatro foi para um também intimista. A peça funciona muito bem em espaços intimistas. Ainda bem que foi agora!!

Mas sem duvida nenhuma a direção do Marcelo Saback faz toda a diferença do espetáculo. Com soluções muito criativas, como o "mar" de Ipanema, o zigue-zague em "w" dos atores na frente do palco no baile de carnaval e o hilariante momento da mesa de bar nos diverte, emociona ao publico e confere ao espetáculo uma aglilidade e uma inteligencia que se soma ao texto.

Sempre que chego às lagrimas e fico de boca aberta com espetáculo é sinal de que "a coisa" é boa. E dessa vez isso conteceu, quando Andréa (ok, o personagem) perguntou se alguem acreditava em Amor à Primeira vista e o casal ao meu lado gritou dizendo que sim, que com eles tinha acontecido isso. Pois eu acredito. E já aconteceu comigo. Entao, nesse momento, senti falta do meu amor à primeira vista e me identifiquei com a peça. E com a história da peça. E tive vontade de voltar a ter um amor, como o dos personagens.

Ainda bem que fui ver a peça. Ainda bem que foi agora.

Nao perca. É um lindo e honesto e competente trabalho.
Abraços,
O proprio!

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