domingo, 18 de outubro de 2009

OUI, OUI... A FRANÇA É AQUI

Desde que o ano de 2009 começou, o titulo de "o Ano da França no Brasil" ganhou todas as manchetes dos jornais. E o ano ainda nem terminou assim como as homenages à França. Em março tive o prazer de acompanhar os agradecimentos da escola de samba Grande Rio aos patrocinadores franceses (e toma sotaque). Depois acompanhei meu amigo (aquele que eu troquei os móveis da casa ele de lugar lembram?) se mudar para a França, mais precisamente Rouen. E é pra ele, que faz ainversário esta semana, que escrevo sobre um espetáculo MARAVILHOSO, FORMIDABLE, chamado "Oui, Oui... a França é aqui". Sem duvida alguma, 'a revista do ano'.

De todas as homenagems que a França ganhou este ano, esta é a mais criativa, divertida e encantadora. Contar a história da "invasão" da França no Rio de Janeiro, ninguem tinha contado em teatro. E ainda mais misturando generos musicas muito cariocas, como samba de breque, marchinhas e até baião, passando por Gretchen (Je suis la femme!). E ainda por cima misturar uma historia de amor onde o Cristo Redentor, Sâo João Batista e a propria Torre Eiffel são os protagonistas. Surreal? Não, Teatro. E dos bons. O texto do Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche no quesito história, na pesquisa, brinda a platéia com pérolas de humor super atual, não faltando nem Twitter no meio das palavas. Adorei a pesquisa histórica e mais ainda o bom humor com que a dupla criou os personagens centrais da trama. Adorei 'dona Rouanet'. Adorei!

Dá vontade de escrever muito para comentar todos os detalhes da peça, mas aí seria um livro, e não um blog com uma opinião sobre uma peça de teatro. Pra começar esta linda história de amor entre o Rio e a França, vou falar rapidinho (uma pena, adoraria falar muito) sobra a parte de criação. O maravilhoso cenário do Nello Marrese é LINDO, criativo e moderno. Destaco a cortina de espelhos de "R$ 1,99" e a bandeira do Brasil nas cores francesas. O figurino do Marcelo Olinto opta por uma roupa cariocamente básica onde são acrescidos acessorios hilários, coloridos, passando por um genial desfile fake dos maiores estilistas da alta costura francesa. Todos voltados para o teatro de revista. Excelentes! A luz linda de Paulo Cesar Medeiros dá vida ao cenário e ao figurino e usa canhão-seguidor nos números musicais, (mais revista impossivel). Lindas as passagens de tempo e mudanças de cores da luz. Direção musical (João Callado e Nando Duarte) e execução das musicas perfeitamente integrados ao espetáculo. Não dá pra deixar de incluir no rol das delicias da peça as coreografias de Sueli Guerra. Enfim, tudo funciona como um balé, um Can Can bem ensaiado.

Claro que o grande mestre disto tudo é o diretor João Fonseca. A parceria com Garparani vem desde Opereta Carioca e agora eles se superaram. Vem trilogia por ai? João consegue fazer o espetáculo caminhar com paixao, com agilidade mas sem pressa, com garra, com prazer em todos os momentos; consegue costurar com pequenas cenas hilárias, criadas para dar tempo dos atores trocarem de figurino, uma história e a História; consegue tirar partido da cenografia, do figurino, da luz e, principalmente, do potencial de interpretação dos atores. Vem Shell por aí. Anote.

E os atores, hein? Todos os elogios feitos até aqui são para eles também. Marya Bravo (Marya!, Marya!, Que Fascinação), Gottsha (Non, Je Ne Regrette Rien...), Solange Badim (Que voz, Que "torre Eiffel"), Cristiano Gualda (é ele abrir a boca cantando a meus olhos ficam cheios de lágrimas), César Augusto (Que Zeus, Que pai inesquecivel!) e (não menos importante), Gustavo Gasparani (jogando nas 11 posições do futebol e fazendo vários gols) estão ótimos em suas intrepretações, vocais, gestuais e entonações.

Aplausos de pé para os músicos, que não só executam cançoes, mas dão vida a sonoplastia da peça.

Tem muita coisa boa pra ver neste espetáculo. É riquissimo em detalhes culturais, historicos, humoristicos e musical e interpretativo e... Rico como é a cultura carioca e a vida francesa. Ah, como seria bom se a colonização carioca tivesse sido francesa... será? Não, acho que não. É muito bom passear pelo Rio e "ver" Lisboa. Mas é muito bom também dar de cara com a Praça Paris, o Teatro Municipal, a balaustrada de ferro do Hotel Gloria e tantas outras referências francesas que por cá fomos brindados.

Amigo, feliz aniversário dia 21 de outubro. Esta peça nos fez ficar juntos em pensamento , pois me lembrou você o tempo todo. Rio e França unidos no teatro. Rio e Paris unidos por uma amizade dessa e de outras vidas. Quero muito que você assista esta peça quando vier ao Rio. É... acho q vou ter que passar meu carnaval debaixo da "neve francesa"!

Sim, sim. Oui, oui, a França, realmente, é aqui.

(Teatro Maison de France, de quinta a domingo).

Um comentário:

Unknown disse...

Amigo, que linda homenagem. A vida me brindou com um irmão como vc, que além de amigo, tem o telento de poucos de colocar em palavras sentimentos e nos fazer sentir essas mesmas emoções. Talvez não consiga ver essa peça, mas vc me fez assistir uma parte dela, e me deixar com vontade de ver o restante. Meu aniversário foi uma delícia. Melhor somente com vc por aqui. Aí seria perfeito!
Obrigado! Te amo! Sempre!
Beijos,