terça-feira, 22 de maio de 2012

BIBI FERREIRA - HISTÓRIAS E CANÇÕES


A primeira vez que entrei no Teatro Tereza Rachel, foi pelas mãos da minha avó para assistir à comédia “Meno Male”. Porém o momento marcante que guardo do Terezão foi a estreia do infantil “A Cigarra e a Formiga” da atriz Sônia de Paula, lá pelo ano de 1997 ou 1998.

Depois de ter sido fechado ao público, voltei algumas vezes ao Tereza Rachel. Uma delas em um aniversário, onde a pista de dança era o palco. Mas ver aquelas cadeiras vazias era de doer o coração. Quem ama o palco sabe o que digo. A alma daquele espaço é de teatro. Ainda mais nos dias de hoje, onde se procura ir a casas de espetáculos onde se possa estacionar e depois jantar próximo. Que lugar reúne todos estes itens? O Shopping dos Antiquários, em Copacabana. Soma-se a isto o publico certo da terceira idade de Copacabana. Ali temos estacionamento e farta rede de restaurantes ao redor. Neste mesmo shopping já havíamos perdido o Teatro de Arena, que virou Tribunal de Justiça Eleitoral. 

Era início de 2011 quando soube que Frederico Reder, que tenho o prazer de acompanhar suas produções, assumiria a devolução do Tereza Rachel ao publico carioca. Que felicidade! Com o patrocínio da Net, ganhamos o Theatro Net Rio. O Terezão está de volta! É para comemorar. O lugar é lindo, de excelente gosto, onde me senti muito confortável. E tem mais: esta semana estreia o Teatro II (Já podemos chamar de Terezinha? Úuuuuuuuu, Úuuuuuu!) com a peça “Não Sobre Rouxinóis”, direção do João Fonseca. Vem mais coisa boa por aí. 

Frederico e sua equipe escolheram nomes de peso para fixar novamente o Terezão e abrir com chave de outro o Theatro Net Rio. Pra começar “Bibi Histórias e Canções”, trazendo Bibi Ferreira de volta aos palcos teatrais cariocas. Noventa anos de vida, quase a mesma idade de palcos. Bibi é uma faculdade completa de teatro, de palco. No show que apresenta com orquestra, a música que abre o espetáculo é “Quem sabe ainda sou uma garotinha”... Quer ironia maior que esta? Bibi brinca o tempo todo com sua idade a ponto de dizer “agora vou cantar os maiores sucessos dos musicais que ‘ainda’ não fiz”. Ainda. Calma, Bibi, vai dar tempo! Deus será generoso conosco e irá manter você entre nós por mais uns 50 anos, tá bem assim? 

Do palco, Bibi comanda a festa. Brinca com o publico logo de cara, trazendo-o para si quando expõe-se à plateia ordenando “Perguntem. Perguntem o que quiserem”. A plateia acanhada, de mansinho vai levantando questões. “Você é feliz?” veio a pergunta fatal. A resposta? Nem precisava. O brilho nos olhos, a voz, o figurino correto, o salto alto, a escolha do repertório, tudo diz “Sim, eu sou feliz porque faço vocês felizes”. E faz mesmo. Impossível não se emocionar com a entrada triunfal de Bibi Ferreira no palco do Terezão. A plateia aplaude de pé. É a maior estrela do teatro brasileiro. Canta, dança, representa, toca piano e fala idiomas! Quer mais? Em um numero “de plateia”, dos mais elegantes, convida uma pessoa do para cantar junto uma musica conhecida. E o repertório do show? Tem para todos os gostos: Broadway, Samba de Breque, Gota D’Água, Ópera e muita Musica Brasileira. A plateia sai em êxtase. 

Não existem adjetivos em nenhuma língua para elogiar a performance de Bibi Ferreira, os músicos, o espetáculo, a direção, a regência, o material gráfico, a iluminação e a interpretação. A comoção, a emoção e o prazer de estar ali assistindo ao renascimento do Teatro Tereza Rachel - agora Theatro Net Rio - com a presença marcante e excepcional de Bibi Ferreira é algo que não se põe em palavras. É necessário ver e sentir. 

Obrigado Frederico Reder, obrigado Net, obrigado Bibi Ferreira. Emoção pura. Espetáculo Imperdível.

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